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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O que é networking?

O que é networking?


Você é supertalentoso, tem um currículo impecável, mas não consegue as melhores posições do mercado? Preste atenção: talvez o que esteja faltando pra você seja uma boa rede de contatos.

Quem está procurando um emprego e não consegue, apesar de ter um bom currículo, precisa aprender uma palavra nova: networking.

A tradução dela é: alguém bem empregado, que possa dar uma referência, ou fazer uma recomendação, quando aparece uma vaga.

“Nós estamos reunidos num curso que tem uma carga horária de 16 horas, 24 pessoas. Algumas das pessoas que estão aqui vão ser lembradas pelas outras durante muitos e muitos anos. E um dia, quando surgir uma oportunidade de indicar ou de ser indicado, esse grupo é uma excelente fonte de referência. O contato começa aqui”, explica Max Gehringer.

No Brasil, esta prática já completou 507 anos. Quando Pero Vaz de Caminha escreveu para o rei de Portugal anunciando o descobrimento do Brasil, ele aproveitou para pedir a transferência do genro da África para Lisboa.

No passado, existiram várias palavras para quem furava a fila e conseguia um emprego: cunha, pistolão, peixada e QI, a sigla para "quem indicou".

Todas essas palavras queriam dizer mais ou menos o seguinte: um incompetente conseguiu um emprego só porque conhecia a pessoa certa. Isso era justo? Claro que não.

O networking tem um sentido bem diferente.

“Quem que eu conheço que pode me levar àquela solução que eu estou procurando”, explica Elaine Saad, psicóloga especializada em recursos humanos. “O networking é uma ferramenta que eu uso no meu dia-a-dia, às vezes para fazer uma venda, às vezes para contatar uma pessoa que é interessante para o meu negócio”.

No atual mercado de trabalho, para cada boa vaga que aparece, surgem dúzias de candidatos com boa qualificação. A empresa precisa escolher um. Qual deles? Leva vantagem aquele que tem o melhor networking.

Nos últimos dez anos, nós tivemos uma proliferação de faculdades. Então, o curso superior deixa de ser um diferencial a cada dia que passa. O que acontece quando a gente dá condições iguais acadêmicas para todo mundo? Conhecer a pessoa certa vai fazer toda a diferença para a nossa carreira.


“Quase 70% das pessoas se recolocam através de networking”, afirma Elaine.


“Desde que eu comecei a fazer a atividade de personal trainer, eu percebi a necessidade muito grande de estar me relacionando com pessoas para criar o meu ciclo de alunos”, diz Ronaldo Botura, personal trainer de Elaine. “A gente junta os grupos de alunos e costuma sair para jantar, almoçar, conversar, e acaba trocando experiências e trocando contatos”.

E como se constrói um networking? Leva tempo. Conhecer uma pessoa e já ir entregando o currículo para ela não é networking. É ser inconveniente. Networking não é uma questão de urgência. É uma questão de paciência.

Um networking começa na escola, sendo um bom aluno e ganhando a simpatia dos professores, que são pessoas bem relacionadas.

Nós fazemos universidade talvez numa hora em que nós não estamos ainda preparados. E aí a gente acaba não ficando com os contatos dos nossos professores. Eu quero ser o primeiro a me penitenciar. Eu terminei a faculdade, eu não me lembro do nome de nenhum professor.

“Então, a grande referência aqui, pela quantidade de pessoas que ele conhece e vai conhecer é exatamente o professor. Descubram o dia do aniversário dele, qual é o cantor favorito, né? Mandar um CD... "Professor Ivan, seu sorriso me cativou", aquelas coisas assim, né?”, diz Max.

Também é importante fazer cursos de curta duração, de um ou dois dias. Principalmente aqueles em que você pode encontrar profissionais da área de recursos humanos.

Nesses cursos, os contatos são mais importantes do que o conteúdo. Tanto que o intervalo para o cafezinho, que durava 10 minutos, já dura 45.

“Agora você já arma esse tempo de coffee break para permitir o networking”, comprova o professor Ivan Rysovas.

É muito mais recomendável do que às vezes fazer um curso que leva um, dois, três anos, que dá um diploma muito bonito, mas talvez não nos traga, como retorno para a carreira, o que esse curso pode trazer: que é conhecer a pessoa certa, que pode ser útil na hora certa.

Agora: não deixe de estudar. "Quer dizer que se todo mundo tem curso superior não adianta eu fazer curso superior?". Não, não é bem isso. Se você não tem curso superior, sequer você passa da portaria da empresa.

Só que aí a porta é muito estreita, não vai passar todo mundo. Provavelmente vai passar aquele que alguém vai botar a mão nas costas e diz "entre, por favor".

“Além de distribuir o cartão, que mais nós vamos fazer? Telefone, celular, e-mail. Agora: não manda o mesmo e-mail para todo mundo. "Eu recebi aqui uma fotografia de uma girafinha que acabou de nascer", e começa a infestar a caixa postal de todo mundo. Isso é o anti-networking”, alerta Max.

Em resumo, um bom currículo, cheio de cursos, ou um passado com muita experiência, levam alguém até a porta da empresa. Networking é conhecer quem tem a chave que abre a porta.

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL697259-15605,00.html

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